terça-feira, 13 de julho de 2010

Como são elaboradas as planilhas de treinamento dos atletas?

Por Aulus Sellmer | 11/07/2010 - Atualizada às 07:30

Planilha de Exemplo 1
Planilha de Exemplo 1
Foto: Divulgação/ Aulus Sellmer
Planilha de Exemplo 2
Planilha de Exemplo 2
Foto: Divulgação/ Aulus Sellmer
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As planilhas de treinamento não são elaboradas ao acaso. Elas são personalizadas de acordo com o condicionamento físico e as metas do corredor. Além disso, obedecem a uma estrutura básica para que o pico de performance coincida, por exemplo, com o dia de uma prova.

O treinamento é dividido em mesociclos (mês) e microciclos (semanas), ou seja, é a chamada “periodização”, que tem objetivo de tirar o máximo do desempenho e minimizar os efeitos do super treinamento. A duração depende diretamente do tipo de prova e o nível de condicionamento do corredor. Mas, basicamente, as fases são distribuídas dentro de uma estrutura única: base, força, velocidade e polimento.

Base - Nesse período, o foco está no aumento da capacidade aeróbia, ou seja, o corredor suportar cada vez maiores distâncias. Esses treinos dão atenção especial para resistência aeróbia e dentro de um limiar anaeróbio. Assim, seu corpo conseguirá manter um ritmo em velocidade constante sem entrar em fadiga.

Força - Após adquirir a base, entramos num período para treinar e desenvolver força dos principais grupos musculares envolvidos na corrida. O objetivo é fazer com que esses grupos sustentem a passada. Dessa forma, quanto mais fortes, mais tempo sustentarão a amplitude e frequência da passada.

Velocidade - Na semana seguinte, o trabalho é com a velocidade. Para ser mais exato, o treino é feito para que o organismo encontre maior tolerância ao esforço e não simplesmente aumentar a velocidade máxima da sua corrida. Esse é um equívoco que muitos corredores cometem. A ideia é levar sua corrida próxima do seu VO2 máx, sem que ultrapasse o limiar anaeróbio. Isto é, manter-se em ritmo constante no máximo de sua velocidade.

Polimento - Por fim, é mais do que necessário uma semana para recuperar o organismo. No jargão do corredor, utilizamos o termo “polimento”. É o momento em que o corpo assimila o processo de treinos, descansa e atinge seu pico de desempenho. Geralmente, é quando você acorda bem cedo no domingo para correr a prova que havia planejado com seu treinador.

Como vemos as tão famosas planilhas não são feitas ao acaso. Elas obedecem às necessidades do corpo de cada um, bem como o desejo que temos de cruzar a linha de chegada com saúde. Para que possa entender melhor os períodos de treinamento, ao lado temos um exemplo de periodização de quatro meses de treinamento ilustrada com gráficos e sugestões de treinos com intensidades leve, moderado e forte.

Não esqueça que existem diversas maneiras de se montar uma periodização, onde cada uma segue uma linha de pensamento onde o objetivo final é otimizar os treinos e assim, caso acidentes de percursos venham a ocorrer, ter um melhor controle de que caminho seguir para atingir o objetivo final que é a melhora na performance do corredor.

Glossário das planilhas -

REC: Período de Transição, com ênfase em exercícios compensatórios e recuperação física e mental.
FASE 1: Período de Preparação Geral, com ênfase em adaptação anatômica (AA).
FASE 2 e 3: Período de Preparação Específica, com ênfase em Resistência Muscular Local, Adaptação Neuromuscular
FASE 4: Período de Competições, com ênfase na participação na principal prova do 1o quadrimestre ou início do 2o quadrimestre.
AA: Adaptação Anatômica, visando fortalecimento muscular geral.
ANM: Adaptação Neuromuscular, visando adaptação de coordenação de movimentos específicos.
RML: Adaptação de resistência muscular.

Leve: Intensidade leve de treinamento 60 e 70% da frequência cardíaca máxima
Mod: Intensidade moderada de treinamento 75 e 80% da frequência cardíaca máxima
Forte: Intensidade forte de treinamento acima de 85% da frequência cardíaca máxima
D: Semana de desenvolvimento (preocupação com volume de treinamento)
E: Semana de Estabilização (manutenção de volume e intensidade)
C: Semana de Choque (preocupação com intensidade)
R: Semana de Recuperação (treinos leves e preparação para a próxima fase)

sábado, 27 de março de 2010

Você sabe o que é pubalgia?


Por David Homsi | 16/01/2007 - Atualizada às 14:40

Você sente uma dorzinha na região da bacia ou até mesmo nas coxas por causa da corrida? Isso pode ser sinal de pubalgia. Saiba o que é a lesão e como tratar.

São Paulo - A pubalgia consiste em dor inguinal crônica e dor púbica unilateral ou bilateral. A incidência desta lesão é mais freqüente em homens, devido às atividades físicas intensas, principalmente ao futebol, tênis e corrida.

Os sintomas da pubalgia são:

  • Dor na região púbica, principalmente ao levantar, sentar e ao tossir
  • Aumento da dor com apoio unipodal e exercícios de alta intensidade (corrida)
  • Sensação de ardor na região da virilha
  • Crepitação na sínfise púbica
  • Espasmos de adutor
  • Diminuição da amplitude de movimento do quadril
  • Possível dor lombar
  • Marcha Anserina (marcha com rotação lateral dos membros inferiores)
  • No futebol, dor no primeiro passe ou chute

    O diagnóstico diferencial deve ser feito para descartar doenças como: prostatite, infecção urinária, fratura por stress, dor irradiada da coluna e principalmente hérnia inguinal, a qual é confundida em 50% das vezes. Os exames de imagem podem estar normais. No raio-x pode haver deslocamento púbico para cima, e nos demais exames sinais de inflamação local.

    Os sintomas da pubalgia são na maioria das vezes causados pelo desequilíbrio muscular entre os músculos abdominais e adutores. A ação dos abdominais leva a uma elevação pélvica e os adutores acabam por tracionar, afastando a sínfise púbica, levando então a um stress ligamentar e inflamação local.

    Outro grupo muscular que interfere neste desequilíbrio biomecânico são os posteriores da coxa (isquiotibiais). Quando estes estão encurtados ocorre uma tração lombar, potencializando o desequilíbrio de abdominais de adutores, principalmente no movimento de chute do futebol.

    Tratamento - O tratamento inicial é sempre conservador. Repouso completo, administração de antiinflamatórios e aplicação de compressa de gelo por quinze minutos no local, para aliviar a dor. Pode-se alongar levemente os músculos abdominais, adutores e isquiotibiais (nos casos de término da dor, alongar normalmente).

    A fisioterapia tem papel fundamental no re-equilíbrio muscular e no retorno as atividades desportivas. O tratamento cirúrgico só é utilizado caso o tratamento conservador falhe.